A exportação de produtos é uma atividade especialmente vantajosa quando o mercado interno apresenta instabilidades. Apesar disso, esse não pode ser o único fator que leva uma empresa a exportar produtos, já que ela precisa de preparo e consistência para se consolidar como uma opção entre os importadores.

Antes de pensar na continuidade de exportação, entretanto, é preciso planejar e saber como fazer esse processo da maneira correta. Sem essa preocupação, não apenas os produtos podem ser impedidos de entrar no país de destino, como também podem ocorrer problemas para a empresa.

Além disso, também é necessário conhecer a Lei de Exportação, relativa ao imposto sobre a importação (entre outras providências). Pensando nisso, veja a seguir os principais pontos para exportar produtos dentro da lei, aumentar a competitividade e fazer um planejamento adequado para exportação.

Quem pode exportar?

Para ter a permissão de ser uma exportadora, a empresa precisa, primeiramente, estar devidamente regularizada. Isso significa que ela precisa operar conforme manda a legislação para a sua atividade, tendo escolhido o regime de tributação correto e tendo a devida regularidade fiscal e tributária.

Além disso, é obrigatório que a empresa possua o Registro de Habilitação no Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (RADAR), um tipo de registro que permite que a Receita Federal rastreie a atividade da empresa em relação ao comércio internacional.

Mais do que isso, a empresa precisa conhecer profundamente todo o passo a passo para exportar, além de estar internamente preparada. Isso significa ter robustez em setores como financeiro, contábil e de marketing para garantir que os contratos sejam firmados e cumpridos conforme o estabelecido.

No geral, entretanto, se todas essas condições forem observadas, qualquer empresa, de qualquer tamanho e de qualquer setor, pode exportar dentro da lei.

Qual é a importância do RADAR?

Além de ser indispensável para que a empresa possa efetivamente exportar, o RADAR também é importante porque é ele quem habilita representantes para a prática das atividades que se relacionam à exportação.

É por meio desse tipo de registro que a empresa estabelece quem pode realizar atividades de importação e exportação, fazendo o credenciamento no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX).

Quais são os documentos necessários?

Os documentos necessários para exportar produtos dentro da lei referem-se tanto aos documentos necessários da empresa como também aos documentos da mercadoria em si.

Em relação ao exportador, os principais documentos incluem:

  • Inscrição no Registro de Exportadores e Importadores (REI) da SECEX/MDIC;
  • Fatura pró-forma, que especifica informações sobre o produto;
  • Carta de crédito para demonstrar interesse do importador na compra;
  • Letra de câmbio como representação do título de crédito;
  • Contrato de câmbio, que permite a troca de moedas;
  • Documentos do contrato de exportação.

Já no caso da mercadoria a ser exportada, os principais documentos são:

  • Registro de exportação realizado no SISCOMEX, que enquadra a exportação;
  • Nota fiscal, que deve estar junto ao produto desde a saída da mercadoria e deve ser emitida em reais;
  • Registro de operação de crédito, caso seja feita de maneira financiada;
  • Registro de venda, caso haja negociação em bolsas internacionais;
  • Despacho aduaneiro de exportação, que confirma as informações fornecidas;
  • Conhecimento de embarque, emitido pela empresa de transporte em língua inglesa e que trata sobre a ciência do embarque;
  • Fatura comercial, que é o documento mais importante, porque contém todos os dados sobre a exportação que são utilizados pelo importador;
  • Romaneio, que tem como objetivo facilitar a fiscalização aduaneira no destino;
  • Carta de entrega, a relação de documentos exigidos pelo banco para realizar a operação de exportação.

Dependendo do tipo de mercadoria, outros documentos exigidos são:

Legalização no Consulado

  • Certificado de origem, responsável por atestar que o produto é oriundo do país exportador;
  • Apólice de seguro.

Quais cuidados tomar com a embalagem?

Outro cuidado necessário diz respeito à embalagem do produto. Como ele passará por um longo processo logístico até chegar ao importador, é preciso que a embalagem seja resistente o bastante, mas ainda atrativa para consumidores do importador, por exemplo.

Apesar disso, a embalagem não pode ser pesada ou complicada demais, já que ela provavelmente precisará ser acondicionada e transportada em diversos lugares. Por isso, é preciso garantir que seja resistente, mas não excessivamente pesada. Além disso, ela deve conter o máximo de produtos possível e garantir a integridade de todos eles.

A embalagem deve favorecer o transporte em diferentes etapas logísticas, além de ser totalmente adequada ao método de transporte, ao tipo de produto e às exigências do importador. No caso de produtos perecíveis, por exemplo, ela precisa garantir total proteção ao produto para evitar quaisquer contaminações e recusas aduaneiras ou por parte do próprio importador.

É fundamental lembrar que é necessário colocar códigos de barra nas embalagens dos produtos, de acordo com a padronização de exportação vigente em muitos países. O código de barras ajuda no monitoramento da mercadoria durante o complexo processo de exportação e importação.

Cabe destacar que uma das principais vantagens de utilizar o código de barras é a possibilidade de automatizar a gestão de exportação e facilitar o controle das mercadorias. Além disso, o identificador é uma forma de aumentar o faturamento e a segurança de compra e venda.

Como adotar o código de barras para começar a exportar?

Antes de mais nada, deve-se adquirir as numerações em uma organização que disponibiliza esse tipo de cadastro e, assim, fazer o registro dos produtos para gerar um código para cada um deles. Para isso, é preciso apresentar os documentos de identificação da empresa (como o CNPJ e o Contrato Social).

Depois que a parte burocrática é concluída, é preciso seguir outro passo a passo que envolve a posição da etiqueta EAN na embalagem (ou definir se ela será impressa diretamente, por exemplo).

Vale lembrar da importância da padronização dessas questões, principalmente nos casos de exportação, visto que inserir um produto normatizado em um novo mercado transmite a sensação de profissionalismo, aumentando as chances de sucesso com o público.

O que deve ser observado ao adotar o uso da etiqueta EAN?

O uso de uma etiqueta EAN (e código de barras, no geral) depende da observância de alguns aspectos para que seja bem-sucedido. Entre eles:

  • Ter a ciência de que o registro de um número para determinado produto não poderá ser alterado;
  • Adotar a boa prática de integrar o código de barras a um software que armazena as informações sobre os itens;
  • Ter cuidado com a impressão na embalagem, pensando que o scanner precisará conseguir fazer uma leitura rápida posteriormente;
  • Investir na quantidade correta de códigos para comercializar os produtos;
  • Ter a ciência de que cada código é usado apenas para um tipo de item. Assim, se existe uma mesma camisa, de tamanhos diferentes, será necessário contar com um registro para cada tamanho.

O que é o código EAN?

EAN é a sigla em inglês para Número de Artigo Internacional. Consiste em um sistema de código de barras que contém 13 dígitos, usado inicialmente na Europa e agora adotado por quase todos os países no mundo — exceto Canadá e EUA, o que quer dizer que os itens comercializados dentro desses dois países precisam contar com um código UPC de 12 dígitos.

No EAN, também conhecido como GTIN-13, os números aparecem como uma barra escaneável e são exclusivos para cada produto. Quando essas barras são lidas pelo scanner, informam o nome e as características do seu item (incluindo o preço de venda, no caso de um varejista).

Essa sequência de 13 números tem um sentido e pode ser “separada” em grupos, os quais estão ligados a informações como:

  • País de origem, os três primeiros números (789 e 790 para o Brasil);
  • Fabricante, que pode conter quatro, cinco ou seis dígitos;
  • Produto em questão, pode conter três, quatro ou cinco dígitos;
  • Dígito verificador, com apenas um número.

exportar produtos dentro da lei - Como exportar produtos dentro da lei?

Como funciona a tributação?

Para garantir a competitividade de preços no mercado internacional, normalmente os produtos exportados não sofrem incidência de tributos como PIS, COFINS, ICMS e IPI. No caso do IPI, por exemplo, o imposto pago pela empresa referente às matérias-primas pode ser utilizado como créditos fiscais.

Algumas dessas questões relacionadas à tributação estão previstas pela chamada Lei de Exportação, Decreto-lei nº 1.578, de 11 de outubro de 1977.

No PIS e no COFINS, produtos manufaturados, primários e semielaborados são isentos da incidência de alíquotas. Assim, a adequação tributária para uma exportação é teoricamente mais facilitada. Contudo, é preciso manter um controle rígido sobre todas as operações de exportação para que os créditos fiscais possam ser contabilizados e utilizados corretamente.

O que é regime de drawback?

Novamente para garantir a competitividade, o regime de drawback permite que o exportador adquira insumos livres de impostos aduaneiros, de IPI e de ICMS desde que sejam utilizados para produtos de exportação.

Assim, uma empresa que exporta um determinado produto pode importar a matéria-prima sem custos adicionais referentes a esses impostos. O drawback também pode ser feito no sistema de restituição do Imposto de Renda.

Apesar disso, existe um período máximo para a exportação, que é de um ano e que pode ser prolongado por mais um.

Como identificar as melhores oportunidades?

Para quem quer internacionalizar sua marca, é fundamental ficar atento às oportunidades que surgem. Para fazer isso, é preciso ter uma equipe de gestão empresarial que fique de olho nas oscilações e movimentações do mercado.

Conheça bem a situação comercial em cada país, as projeções de crescimento e, principalmente, a existência de um mercado consumidor interessado em seu produto. Pergunte-se, por exemplo, por que o consumidor de determinado país se interessaria pelo seu produto. Pesquise sobre os hábitos e comportamentos desses clientes em potencial.

Imaginemos um cenário hipotético em que, em determinado país, o mercado imobiliário esteja aquecido. Consequentemente, a exportação de móveis e produtos de interiores também encontrará mercado nesse lugar.

Acompanhar a política e a economia global ajuda muito a identificar as melhores oportunidades, permitindo avaliar quais são os lugares em que seu produto será vendido. Por essa razão, o estudo de mercado é tão importante. Por meio dele, você poderá traçar as estratégias de exportação.

Como definir uma estratégia de exportação?

Após fazer um estudo de mercado completo, comece a traçar as estratégias de exportação. Para onde você quer levar sua marca? Qual é seu objetivo? Quais são as condições de importação desse país? Qual é a melhor forma de realizar os procedimentos logísticos? O que o país exige, em documentação e características de produto?

Ficar atento às questões práticas e legais da importação em cada local faz parte do planejamento estratégico. Caso tenha planejado exportar para vários países, faça uma lista dos prioritários e concentre as forças nessas demandas.

Além das questões legais, é necessário fazer um levantamento financeiro. Monitore suas contas e avalie o melhor momento de investir na exportação. Faça um planejamento financeiro e calcule os gastos da exportação, assim como as projeções de lucros. Tenha tudo na ponta do lápis , ou sistematizado em plataformas digitais de gestão empresarial.

Como encontrar investidores estrangeiros com experiência?

Para conquistar investidores estrangeiros que vão ajudar no financiamento e expansão do seu negócio, é preciso apresentar um produto interessante. Ter um produto diferenciado do resto do mercado é o primeiro passo para conseguir investimento. Em seguida, é importante também praticar bons preços para tornar o produto competitivo.

O relacionamento entre sua empresa e os investidores é fundamental para fechar as parcerias. Apresente com clareza sua empresa, seus objetivos de negócio e, ao mostrar seu produto ou ideia, deixe claro que toda sugestão de adaptação é válida. Dessa forma, você consegue adequar seu produto diante das pontuações dos investidores.

Para encontrar um investidor estrangeiro com experiência, busque por perfis que tenham histórico de investimentos no mesmo ramo em que você atua. Isso faz toda a diferença na hora de planejar ou reorganizar as estratégias de exportação! Opte também por investidores disponíveis, que estarão dispostos a auxiliar no processo, principalmente no início das exportações.

Como conhecer melhor os consumidores para aumentar as vendas no exterior?

É preciso conhecer bem seu mercado consumidor para conseguir estabelecer uma política de vendas e relacionamento eficaz. As pesquisas com clientes e o monitoramento de dados de comportamento na web são, por exemplo, estratégias para conhecer melhor seus clientes em potencial.

As ferramentas do marketing digital podem ajudar a aumentar sua visibilidade, colher informações sobre os clientes e, consequentemente, expandir suas vendas.

A partir de técnicas baseadas na avaliação e no acompanhamento da experiência, especificamente de usuários na web, o marketing digital busca oferecer o produto certo no momento certo para a pessoa.

É uma forma não só de conseguir novos clientes, mas também de fidelizar aqueles que já adquiriram algum produto seu. Além disso, os resultados são fornecidos em métricas e índices fáceis de serem interpretados, possibilitando a avaliação do alcance da sua marca e da experiência dos seus clientes.

Como se trata do mercado internacional, em toda pesquisa e relacionamento entre empresa e clientes devem ser levadas em consideração as diferenças culturais, de consumo e de comportamento de cada lugar.

É preciso ter um especialista em comércio no exterior?

Como você já percebeu, exportar exige toda uma organização logística, financeira e estratégica. É por isso que um especialista em comércio no exterior pode ajudar sua empresa a crescer de forma saudável e dentro da lei.

O analista de comércio exterior é responsável por cuidar de toda a logística, não só de entrega do produto no destino, mas também gerindo a matéria-prima, ajudando no controle de estoque e mantendo a burocracia legal em dia.

O profissional vai gerir os pedidos do mercado e conseguir as melhores formas de embalagem e transporte da mercadoria, assegurando a entrega do produto.

Além disso, um bom profissional de comércio exterior atua integrado aos outros setores da empresa, como vendas e marketing, no intuito de aprimorar os processos de distribuição e troca de mercadorias entre países.

Como você percebeu, os planejamentos estratégico, financeiro e legal se relacionam na hora de gerir as exportações e aumentar as vendas internacionais.

Para exportar produtos dentro da lei, a primeira coisa que a empresa precisa fazer após um planejamento de negócios é obter o seu RADAR. Com isso pronto, é necessário partir para o planejamento, elaboração de contratos de venda internacionais e fornecimento de todos os documentos referentes à empresa e ao produto.

Lembre-se de mapear e acompanhar com cautela as movimentações do mercado e da economia global, a fim de identificar as melhores oportunidades de crescimento.

A embalagem também precisa de atenção! A automação dessa atividade por meio do código de barras vai facilitar essa etapa. Já a tributação é facilitada para favorecer as trocas comerciais entre os países.

Seguindo todos esses passos adequadamente, sua empresa consegue exportar produtos e penetrar no mercado internacional, alcançando, com isso, resultados de negócio ainda melhores, principalmente levando em consideração as determinações impostas pela Lei de Exportação. Sem medo de arriscar e dando um passo de cada vez, sua empresa terá a chance de ampliar as fronteiras!

Referência: https://bityli.com/bsGwIgdB

World Commerce Trading: solução em sourcing, exportação e importação em Itajaí

A World Commerce Trading atua no mercado internacional conectando empresas de diferentes países há mais de 20 anos, construindo bons relacionamentos comerciais, com foco no benefício econômico mútuo, na assistência de seus clientes e na qualidade da mercadoria.

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